Menos de um mês após registrar o melhor desempenho anual da história, o setor de energia solar no Brasil atingiu a marca expressiva de 53 GW de capacidade instalada, conforme divulgado pela ABSOLAR (Associação Brasileira de Energia Solar Fotovoltaica).

O levantamento considera o total de sistemas de micro e minigeração distribuída (35,5 GW) e grandes usinas solares (17,5 GW), representando um crescimento de mais de 40% em relação aos 37,2 GW registrados no mesmo período do ano anterior.

Desde o início de sua expansão, a energia fotovoltaica atraiu mais de R$ 241 bilhões em novos investimentos no Brasil, gerou mais de 1,5 milhão de novos empregos verdes, contribuiu com mais de R$ 74,7 bilhões em arrecadação aos cofres públicos e ajudou a reduzir mais de 64,2 milhões de toneladas de CO2.

A ABSOLAR destaca que o avanço da energia solar reflete o alto potencial da fonte no Brasil, mas alerta sobre os desafios enfrentados recentemente.

Ronaldo Koloszuk, presidente do Conselho de Administração da ABSOLAR, menciona que 2024 foi um ano de grandes dificuldades para o setor, especialmente com negativas das distribuidoras de conexão de novos sistemas solares devido à inversão de fluxo de potência na geração distribuída. No caso da geração centralizada, o setor foi afetado por cortes de geração de energia (curtailment) pelo ONS (Operador Nacional do Sistema Elétrico), prejudicando receitas e comprometendo novos investimentos.

Além disso, o recente aumento no imposto de importação de painéis solares gerou preocupação e descontentamento, impactando negativamente o crescimento da tecnologia no país.

Rodrigo Sauaia, CEO da ABSOLAR, aponta que muitos desses obstáculos permanecem no horizonte de curto e médio prazos, exigindo uma atuação mais intensa das associações e entidades do setor, com ações de articulação junto às distribuidoras, ANEEL, órgãos do setor elétrico, Congresso Nacional e Governo Federal.