A energia solar flutuante (FPV), caracterizada pela instalação de módulos fotovoltaicos sobre a água, deverá alcançar 77 GWdc de capacidade global até 2033, conforme um relatório recente da Wood Mackenzie.
A região Ásia-Pacífico (APAC) será a líder desse mercado, representando 81% (57 GWdc) de todos os investimentos globais previstos no período. Índia, China e Indonésia juntas desenvolverão 31 GWdc. Para este ano, espera-se que aproximadamente 1,7 GWdc de nova capacidade de FPV entre em operação, com a região APAC contribuindo com 90% desse crescimento.
Na Europa, Alemanha (2,2 GWdc), França (1,2 GWdc) e Holanda (1 GWdc) devem representar mais de 60% da capacidade de energia solar flutuante. No entanto, o crescimento da FPV no continente europeu enfrenta desafios devido a critérios restritivos, como limites de cobertura e distância.
Nos Estados Unidos, o mercado para FPV ainda é pequeno, com uma capacidade projetada de 0,7 GWdc a ser instalada até 2033. Devido à disponibilidade limitada de terrenos e altos custos de capital, os sistemas FPV enfrentam dificuldades para competir com as instalações solares tradicionais montadas no solo.
Nos próximos anos, o interesse de grandes desenvolvedores de energia renovável impulsionará a expansão dos sistemas FPV. Empresas como BayWa r.e., Ciel & Terre e Sungrow estão expandindo seus projetos em diversos países. Segundo Harshul Kanwar, analista de pesquisa da Wood Mackenzie, o crescimento desse mercado é impulsionado pela crescente demanda, redução do CAPEX e políticas de apoio a tecnologias de baixo carbono.
“Embora o CAPEX da FPV seja aproximadamente de US$ 0,13 a US$ 0,15 por watt mais alto do que o dos sistemas solares montados no solo, a recente queda nos preços dos módulos PERC e TOPCon para abaixo de US$ 0,10 por watt reduziu significativamente o CAPEX geral da FPV,” disse Kanwar.
Um segmento que está ganhando popularidade é a instalação de painéis solares sobre reservatórios de hidrelétricas. De acordo com a Wood Mackenzie, a capacidade instalada máxima desses projetos híbridos deve ser alcançada entre 2026 e 2028, devido aos prazos mais longos de comercialização.
“Reconhecer os benefícios do fotovoltaico flutuante e oferecer esquemas de apoio dedicados, por meio de leilões e licitações inovadoras, é fundamental para incentivar ainda mais o desenvolvimento da tecnologia, possibilitar o crescimento do mercado e equilibrar o campo competitivo com outras tecnologias solares,” disse Kanwar.